28/11/19

O Rio e a Barragem





Um dos cantinhos mais belo da nossa cidade, que se tornou um cartão postal do município e que está ligado à vida de muita gente, o Rio e a Barragem. 

Apesar da beleza atual, até chegar aqui muita coisa aconteceu e mudou. Segundo as histórias lembradas pelos moradores mais antigos, um rio de pequeno porte, mas de águas correntes e profundo em muitos pontos, com pequenas cascatas, passava pelas terras da fazenda Palmares, distrito do município de Barreiras até sua emancipação em 22 de fevereiro de 1962 quando já se chamava São Desidério. 











A maioria das casas foi construída próxima ao rio para facilitar o acesso à água, bem como uma pequena igreja em homenagem a Nossa Senhora Aparecida. Áreas de plantação de feijão e hortaliças também ficavam perto das águas, que eram sinônimo de vida, trabalho e diversão. O potencial do rio São Desidério, que leva o nome da cidade, despertou o interesse político e empresarial da época e antes mesmo da emancipação do município, uma barragem começou a ser construída no ano de 1958, no centro do então distrito, por meio da Comissão do Vale do São Francisco (CVSF), mais tarde denominada Companhia do Vale do São Francisco, depois transformada em Superintendência do Vale do São Francisco, até finalmente se tornar a Companhia de Desenvolvimento do Vale São Francisco (CODEVASF) como conhecemos atualmente, e onde meu avô trabalhou por muitos anos, lembro-me das histórias incríveis que contava. 


Além da pouca mão de obra local, foram contratados trabalhadores de outras cidades e estados para a obra que movimentou o distrito e passou a modificar a rotina pacata dos moradores. A meta da construção da barragem era represar o rio para levar água aos produtores rurais de São Desidério à Barreiras por meio de um canal de irrigação que até hoje passa por várias propriedades. Mas foi por meio da barragem que a CVSF instalou o primeiro sistema de abastecimento de água encanada, todas as ruas existentes na época receberam a encanação, nem todos tinham condições de fazer a instalação em suas casas, por isso foram instalados também três Chafarizes na cidade, utilizados pela população geral. O serviço era gratuito e administrado pela prefeitura, na década de 1970 passou a ser gerido pela Empresa Baiana de Água e Saneamento (EMBASA). 

O projeto da barragem incluía ainda uma lavanderia pública, e uma pequena hidrelétrica que apesar da construção do canal que levaria a água ao maquinário (já adquirido pela empresa responsável), não chegou a ser concluída, possivelmente por falta de verbas e interesse político. 



Parte da obra da barragem foi inaugurada em 1963, mas nos anos seguintes continuou sendo executada outras partes do projeto que trouxe desenvolvimento, mas também descontentamento e alguns problemas sérios como a poluição do rio e a derrubada da mata ciliar. Dezenas de casas foram demolidas, plantações inundadas e as cascatas desapareceram. (Não consegui registros fotográficos dessas cascatas, mas quem lembra, conta com carinho, por isso me pego imaginando como seria se ainda existissem, talvez a barragem pudesse ser construída em outro ponto para preservá-las). 










Na década de 1980 a margem da barragem recebeu uma estrutura em mureta de concreto, chamada de cais, no intuito de iniciar um projeto paisagístico do local. No início da década de 2000 essa estrutura foi derrubada e foi feito um calçadão ao redor da margem superior da barragem. Atualmente toda a margem do rio passou por revitalização e recebe investimentos estruturais e paisagísticos tornando o espaço um local agradável, propicio para passeios e prática esportiva. 

Rio no Julião

Rio no Maquiniz atualmente


Enfim, na infância aproveitei muito os banhos na barragem, no canal e no rio, dois pontos conhecidos como Julião e Maquiniz eram atração certa e serviam também para as lavadeiras e pescadores. Tinha ainda a famosa Prainha, localizada no bairro Tangará, além da poluição, nesse ponto o rio sofreu um desvio, desta forma a prainha vai ficar apenas na lembrança de quem conheceu. Recordo perfeitamente da rudia de pano que minha vó usava para equilibrar a bacia de roupa na cabeça e levar até o rio, dos sacos de linhagem cheios de peixes que meu pai levava para casa no período liberado para pescaria e lembro mais ainda do tronco de uma árvore no meio do Julião de onde dávamos as ‘tibungadas’ dentro do rio. Hoje essa realidade não existe mais, ficou na memória e deixa saudades, espero profundamente que nosso rio possa ser despoluído e além da beleza paisagística, volte a ser aproveitado como antigamente. (Que nem é tão antigamente assim). 

Dedico e agradeço às histórias lembradas por Otacílio Bispo dos Santos, Francisca Melquiades, Manoel Pereira de Souza (in memoriam). Algumas fotos são registros de família, imagens de redes sociais e encontradas na internet.

27/11/19

Um passeio rápido em Caldas Novas



Caldas Novas é uma cidade do Goiás localizada no centro do Brasil e muito conhecida por suas águas termais. Uma cidade turística a qual pudemos conhecer um pouquinho. Foi um passeio rápido, mas que valeu muito a pena. Indico para passeios em família porque existem muitos parques aquáticos que as crianças amam. 









Considerada a capital mundial das águas quentes é aconselhável que seja visitada em períodos mais frios do ano entre abril e julho, mas por ser conhecida como a maior estância hidrotermal do mundo, recebe turistas durante o ano todo em especial no período de férias escolares. A cidade dispõe de inúmeros resorts, hotéis e pousadas, há diversos parques aquáticos com preços variados também. Mas pela nossa pequena experiência, vale ressaltar que os valores são altos para alimentação e passeios, incluindo nos parques temáticos maiores. 







Nossa visita foi muito curta e não tivemos a oportunidade de conhecer os pontos turísticos locais (planejamento para a próxima viagem), por isso indico no mínimo quatro dias na cidade para conhecer também a Igreja de Nossa Senhora das Dores do século XIX, o Jardim Japonês, o Lago artificial de Corumbá e outras atrações locais. 

Um pouco de História – Os primeiros habitantes da região foram os índios da tribo Caiapó e Xavante. Foi em 1722 que os primeiros colonizadores chegaram ao local e descobriram seu potencial de águas termais e também de ouro. Em 1842 Caldas Novas tinha cerca de 200 habitantes, a primeira construção no local foi uma igreja matriz que existe até hoje e passou por pequenas modificações. O município de Caldas Novas foi criado em cindo de julho de 1911.

Por: ondeandeitemhistoria.blogspot.com.br