Gosto muito de histórias e antiguidades, elas ensinam e nos levam a um período que não vivemos, mas que podemos conhecer por meio dos registros que o próprio tempo guarda. Em 2010, uma equipe de pesquisadores e arqueólogos esteve em São Desidério analisando alguns pontos do percurso da BR 135. Um deles foi próximo à Fazenda Palmeira, a menos de um quilômetro do centro da cidade. A busca pelas marcas do nosso passado transformou o local em um sítio arqueológico.
Em alguns pontos não foi preciso escavar muito para encontrar peças de cerâmica
Trabalho minucioso para conservar as peças
Escavações também foram feitas no meio da plantação
Muita coisa foi encontrada, urnas fúnebres, utensílios de cerâmica e barro, pontas de flechas e até restos mortais. De acordo com informações dos arqueólogos, esses resquícios do passado pertenceram a tribos indígenas que viveram a mais de mil anos nessa região. Por sorte, tive a oportunidade de acompanhar algumas horas de trabalho dessa equipe.
Pedaços de urnas fúnebres
Pedaço de um osso humano
Detalhe de outra urna fúnebre
Local onde foi retirada uma urna fúnebre completa
Pedaço de utensílios de barro
Detalhe de peças de cerâmica encravada na terra
O Riacho São Desidério passa pertinho da fazenda que é abençoada também por mais uma maravilha da natureza, a Gruta da Palmeira. Imagino que, realmente, esse era um ótimo lugar para a permanência dos indígenas.
Riacho São Desidério
Muita vegetação próximo à entrada da gruta
A gruta não é muito grande e exige certo malabarismo para entrar, a começar com cerca de dois metros de escalada, passagens apertadas, em algumas não conseguimos passar, mas imagino que, para os antigos povos, era um ambiente que trazia segurança contra animais selvagens ou dias de clima muito ruim.
A entrada da gruta fica a cerca de dois metros do chão
Buraco que dá acesso à gruta
Passagens estreitas
Ao fundo a entrada da gruta
Em alguns pontos continuamos subindo um de cada vez por causa do acesso estreito
Pequenas aberturas revelam salões maiores do outro lado, mas não conseguimos chegar em todos, a gruta parece um labirinto
O local de entrada é o mesmo da saída
Essa gruta ainda é pouco explorada, mas acredito que com a autorização dos donos da fazenda e a companhia de um guia de turismo seja possível conhecer e se encantar com mais esta maravilha do município de São Desidério.
Triste Fim: De acordo com informações passadas na reunião de organização do Geoparque Municipal de São Desidério, todo o material recolhido para estudo neste Sítio Arqueológico fazia parte do acervo de pesquisa do Museu Nacional no Rio de Janeiro que pegou fogo em 19 de outubro deste ano.
Triste Fim: De acordo com informações passadas na reunião de organização do Geoparque Municipal de São Desidério, todo o material recolhido para estudo neste Sítio Arqueológico fazia parte do acervo de pesquisa do Museu Nacional no Rio de Janeiro que pegou fogo em 19 de outubro deste ano.
Por: ondeandeitemhistoria.blogspot.com.br - Jackeline Bispo